“Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam”. João 5,39

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

NÃO ANDEIS ANSIOSOS. (Mateus 6.25-34).

Vivemos em uma época onde as pessoas vivem uma quase total reversão dessa antiga verdade promulgada pelo nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Os homens estão vivendo uma vida carregada de cuidados e preocupações. Em nome da "prudência" e da "segurança" financeira, os homens abandonaram os cuidados do Senhor e têm confiado em seus próprios esforços. Em Mateus 6.25-34 Jesus não está censurando aquela solicita provisão para o futuro, ao invés disso, Ele ordena aos seus amados discípulos que se abstenham de aborrecer-se indevidamente acerca do que o amanhã possa trazer. Jesus nos recorda que o Pai celeste nos deu a vida e os nossos corpos e Aquele que fez o maior pode muito bem prover o menor; pode suprir o alimento que sustenta a vida, e o vestuário que protege o corpo.

A providência divina é um assunto que vemos constantemente nas páginas do Santo Livro. A Sua providência se mostra na natureza. O ensino Bíblico ensina que todas as criaturas, quer animadas, quer inanimadas, estão sob os cuidados do Criador. Deus não criou a natureza e abandonou-a de maneira irresponsável. Ele a governa de maneira soberana. Deus domina a mecânica celeste e age sobre cada partícula microscópica do universo. Tudo está sujeito ao Seu poder. Ele pode domar os ventos e as nuvens, o fogo e a água, a neve e a saraiva. "Ele é o que transporta as montanhas, sem que o sintam, e o que as transtorna no seu furor. O que remove a terra do seu lugar, e as suas colunas estremecem. O que fala ao sol, e ele não sai, e sela as estrelas. O que sozinho estende os céus, e anda sobre os altos do mar" (Jó 9.5-8). Nada no universo está entregue a lei do acaso nem funciona ou sobrevive fora do controle onisciente do Altíssimo! Confiemos, pois na providência de Deus.

Nos versículos 26-29 o nosso Senhor Jesus contrasta a inquietação, a preocupação e a angústia dos homens e mulheres sem fé, com as aves e as flores, que são intrinsecamente de muito menor valor. As aves se ocupam largamente com a provisão para o futuro . Elas trabalham duro construindo os seus ninhos e conseguindo comida para os seus filhotes, e todavia não ficam inquietas. Não têm tempo de semeadura e tempo de ceifa com que se preocupar, mas levam a vida cumprindo de forma inconsciente o propósito para o qual Deus as criou. De modo semelhante, as flores silvestres, á sua maneira instintiva, olham para o futuro. Suas atividades se dirigem todas á produção da florescência que é a sua glória. Contudo, tão calma é a sua vida, que parece que não estão fazendo absolutamente nada. Não obstante, Deus as veste com uma beleza que supera o traje mais resplandecente que jamais pôde ser vestido pelo rei mais rico de todos. Jesus não nos manda imitar as aves e as flores, pois isso é impossível, mas nos pede que observemos o cuidado providencial de Deus por criaturas menos valiosas á sua vista do que os homens e as mulheres.

O Senhor Jesus condena a ansiedade, não somente por ela ser inútil, mas também por ser um sinal de incredulidade. A busca de alimentação e vestuário como o bem supremo é característica dos ímpios (v.32), que nada sabem acerca de um Pai celestial a cujos olhos cada um de seus filhos é infinitamente precioso e que está plenamente ciente de todas as suas necessidades. A marca distintiva do cristão é que ele deseja primeiro e acima de tudo que se complete a vitória de Deus sobre o mal; que reine no coração dos homens; que a sua justiça, isto é, os seus padrões de justiça, sejam aceitos universalmente. Jesus, pois ensina que se o objetivo primário é o reino de Deus e a sua justiça, as outras solicitações necessárias serão satisfeitas. Em outras palavras, se nós orarmos primeiro "Venha o teu reino", o seu "pão de cada dia" será providenciado. Quando Jesus convidou os seus discípulos a olharem para as aves dos céu e as flores do campo, Jesus via a mão de Deus; Ele via a perfeita criação. Ele via a glória do Deus Todo-Poderoso. A minúscula flor, que talvez nunca seja contemplada por uma pessoa em sua curta existência, não obstante é perfeitamente vestida por Deus. Neste caso tiremos a seguinte dedução: "Ora, se Deus veste assim a erva do campo... quanto mais a vós homens de pequena fé?" Se Deus pode fazer isso com as flores do campo, quanto mais com você.

Toda a nossa dificuldade como crentes que somos, é que não percebemos o que somos como filhos de Deus, e nem vemos os graciosos propósitos de Deus relativos a nós. Não compreendemos o que significa sermos amados do Todo-Poderoso. A erva está hoje no campo, mas amanhã é lançada no forno. Mas os filhos de Deus são destinados a glória. As promessas e os propósitos de Deus são dirigidos a nós, o que temos que fazer é tomarmos consciência daquilo que Deus tem falado sobre nós como Seus filhos. Quando compreendermos isso e aprendermos essa realidade a preocupação torna-se impossível. O homem então começa a aplicar a Palavra em sua vida."Porque se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida" ( Rm 5.10). Aí está! Não importa o que possa vir a acontecer conosco, não importando em qual situação nos encontre, "Aquele que não poupou a seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura não nos dará graciosamente com ele todas as cousas" (Rm 8.32). Certamente teremos que enfrentar tribulações, problemas, aflições, tristezas e morte, entretanto, em todas essas coisas"...somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou"(Rm 8.37). O nosso Pai celeste alimenta os pássaros e veste a erva e nós não somos muito mais valiosos do que eles? Precisamos tomar consciência daquilo que somos como filhos de Deus e descansar em suas promessas e no fim possamos dizer como John Wesley que em seu último suspiro exclamou: "O melhor de tudo é Deus conosco!".


                                                                                                                   Por: Rikison

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